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terça-feira, 10 de novembro de 2015

EDUCAÇÃO COMO INSTITUIÇÃO POLÍTICA

por: Bertrand Russel - Junho de 1916

“A educação não deve visar uma consciência morta de fatos estáticos, mas uma atividade voltada para o mundo que os nossos esforços estão criando."


I

Nenhuma teoria política é adequada, a menos que seja aplicável para crianças assim como para homens e mulheres. Teóricos são, em sua maioria, sem filhos ou se tiverem filhos eles estão cuidadosamente protegidos das perturbações que seriam causadas pela turbulência juvenil. Alguns deles têm escrito livros sobre educação, mas sem no geral, ter filhos realmente presentes em suas mentes enquanto eles escreveram. Esses teóricos da educação que tiveram um conhecimento das crianças, tais como os inventores do kindergarten (Creche / Jardim da Infância) e do sistema Montessori, nem sempre tiveram realização suficiente do objetivo final da educação para serem capazes de lidar satisfatoriamente com a educação avançada. Eu não tenho o conhecimento nem de crianças e nem de educação que me permitiria apontar o que pode haver de defeitos no que os outros escreveram. Mas algumas questões relativas à educação como uma instituição política estão envolvidas em qualquer esperança de reconstrução social e normalmente não são consideradas pelos escritores da teoria educacional. Somente essas questões que eu gostaria de discutir.

Os dois princípios de justiça e de liberdade que cobrem uma grande parte da reconstrução social necessária não darão muita orientação em matéria de educação. Tolstoi tentou conduzir uma escola de aldeia sem infringir a liberdade, mas quando alguém além de Tolstoi estava ensinando todas as crianças conversavam umas com as outras e quando ele mesmo ensinava, ele só conseguia garantir a ordem ele “garantia a ordem” teoricamente tapando os ouvidos. É claro que uma adesão literal ao princípio da liberdade é completamente impossível se as crianças estão sendo ensinadas em qualquer coisa, a não ser no caso de crianças excepcionalmente inteligentes que são mantidas isoladas dos companheiros mais normais. Esta é uma das razões da grande responsabilidade que há sobre os professores: as crianças devem inevitavelmente estar mais ou menos à mercê dos mais velhos e não podem fazer-se os guardiões de seus próprios interesses. Autoridade na educação é até certo ponto inevitável e aqueles que educam tem que encontrar uma maneira de exercer a autoridade em conformidade com o espírito de liberdade.

Onde a autoridade é inevitável o que é necessário é a reverência. Um homem que tem uma boa educação, aquela que extrai do jovem tudo que é possível extrair, que o faz crescer e se desenvolver plenamente, estes devem ser preenchidos através e com o espirito de reverência. É reverência que falta naqueles que defendem sistemas feitos como máquina de ferro fundido: militarismo, capitalismo, Fabianismo, e todas as outras prisões nas quais os reformistas e os reacionários tentam forçar o espírito humano. Na educação, com seus códigos de regras emanadas de um escritório do governo, com suas salas lotadas, currículo fixo e professores sobrecarregados de trabalho com sua determinação de produzir um nível morto de loquaz mediocridade, a falta de reverencia da criança é quase universal. A reverência exige imaginação e calor vital. Ela requer mais imaginação em relação àqueles que têm menos autoridade real ou poder. A criança é fraca e superficialmente tola, o professor é forte e no sentido mais correto do termo ele é mais sábio do que a criança. O professor ou burocrata sem reverencia, facilmente despreza a criança por causa de sua aparente inferioridade. Ele acha que é seu dever "moldar" a criança, se veem como oleiros com o barro. E assim dá à criança uma forma antinatural que vai cristalizando com a idade e produzindo as tensões e os descontentamentos espirituais além de aumentar a crueldade, a inveja e a opinião que o outro deve ser compelido a se submeter às mesmas distorções.

O homem que tem reverência não vai pensar que é seu dever “moldar” o jovem. Ele sente que em tudo o que vive, mas especialmente em seres humanos e acima de tudo em crianças, há algo sagrado, indefinível, ilimitado, algo individual e estranhamente precioso, o princípio crescente de vida, um fragmento encarnado da estúpida luta do mundo. Ele sente uma humildade inexplicável na presença de uma criança, uma humildade que não é facilmente baseada em qualquer fundamento racional, mas que de alguma forma é mais proxima da sabedoria do que da fácil autoconfiança de muitos pais e professores. Ele sente o desamparo aparente da criança, o apelo de dependência, a responsabilidade de uma relação de confiança. Sua imaginação lhe mostra o que a criança pode tornar-se, para o bem ou o mal. Como seus impulsos podem ser desenvolvidos ou frustrados, como suas esperanças podem ser reguladas e trazer uma vida medíocre, como sua confiança vai ser machucada e seus desejos rapidamente substituídos por uma enxurrada de vontade. Tudo isso lhe fornece um desejo de ajudar a criança em sua própria batalha para fortalecê-la e equipá-la e não para algum fim que seja proposto pelo Estado ou por qualquer outra autoridade impessoal, mas para os fins que o espírito da própria criança está buscando. O homem com esses sentimentos pode exercer a autoridade de um educador sem violar o princípio da liberdade.

Não é em espírito de reverência que a educação é conduzida pelos estados, igrejas e pelas grandes instituições que são subservientes a eles. O que é considerado na educação é quase nunca o menino ou menina, o rapaz ou moça, mas quase sempre, de alguma forma, a manutenção da ordem existente. Quando o indivíduo é considerado é visando o sucesso material: ganhar dinheiro ou alcançar uma boa posição. Ser comum e adquirir a arte da conquista são as ideias incutidas nas mentes jovens, exceto por alguns raros professores que têm energia suficiente em suas crenças para romper o sistema dentro do qual se espera que trabalhem. Quase toda a educação tem uma motivação política: ela visa reforçar algum grupo nacional, religioso ou mesmo sociais na competição com outros grupos. É este motivo principalmente que determina as matérias ensinadas, o conhecimento que é oferecido, e o conhecimento que é retido. É este o motivo também que determinam os hábitos mentais que esperam que os alunos adquiram. Quase nada é feito para promover o crescimento da mente e do espírito. Na verdade, aqueles que tiveram mais educação são muitas vezes atrofiados em sua vida mental e espiritual, desprovidos de impulsos e possuindo apenas certas aptidões mecânicas que tomam o lugar do pensamento vivo.

II

Algumas das coisas que a educação atingiu no presente devem continuar a ser alcançadas por meio da educação em qualquer país civilizado. Todas as crianças devem continuar a ser ensinadas a ler e escrever e algumas devem continuar a adquirir o conhecimento necessário para profissões como medicina, direito e engenharia. Exceto em matérias como história e religião o ensino atual é apenas inadequado, não prejudicial. O ensino pode ser dado em um espírito mais liberal com mais tentativa de mostrar seu uso final e, claro, o que é tradicional ou morto. Mas em essência é necessário e deveria ser parte de qualquer sistema de ensino.

É na história e religião e outros temas controversos que o ensino atual é prejudicial. Estes assuntos tocam os interesses pelos quais as escolas são mantidas e os interesses mantêm as escolas, a fim de que certos pontos de vista sobre estes assuntos possam ser ensinados. Em cada país, Historia é ensinada visando ampliar esse país: as crianças aprendem a acreditar que seu próprio país tem sido sempre correto e quase sempre vitorioso, que produziu quase todos os grandes homens e que é em tudo superior a todos os outros países. Uma vez que essas crenças são lisonjeiras, elas são facilmente absorvidas e quase nunca desalojadas do instinto pelo conhecimento mais tarde.

Para exemplificar de forma simples e quase trivial: os fatos sobre a batalha de Waterloo são conhecidos em grande detalhe e com precisão cirúrgica, mas os fatos como ensinadas nas escolas de ensino fundamental serão amplamente diferentes na Inglaterra, França e Alemanha. Se os fatos fossem ensinados com precisão nos países o orgulho nacional não seria promovido na mesma medida e nenhuma nação se sentiria convicta da vitória em caso de guerra e a vontade de lutar seria diminuída. É este resultado que deve ser impedido. Cada estado deseja favorecer o orgulho nacional e está consciente de que isso não pode ser feito pela história imparcial. As crianças indefesas são ministradas por distorções, supressões e sugestões. As ideias falsas a respeito da história do mundo que são ensinadas nos diferentes países são de um tipo que promove lutas e serve para manter vivo um nacionalismo intolerante. Se as boas relações entre estados fossem almejadas, um dos primeiros passos deveria ser o de submeter todo o ensino da história a uma comissão internacional que deveria produzir livros neutros livres do viés patriótico que há em todos os lugares.

Exatamente a mesma coisa se aplica à religião. As escolas primárias estão praticamente sempre nas mãos seja de algum corpo religioso ou de um Estado que tem uma atitude definitiva em relação à religião. Um grupo religioso existe pelo fato de que todos os seus membros têm certas crenças definitivas sobre temas como o que é verdade ou não. Escolas mantidas por entidades religiosas têm que brecar os jovens, que são muitas vezes curiosos por natureza, de descobrirem que essas crenças definidas são opostas de outras crenças igualmente definidas e que muitos dos homens mais qualificados para julgar pensam que não há boas evidências em favor de qualquer crença. Quando o estado é militante secular, como na França, escolas estaduais tornam-se tão dogmáticas como aquelas que estão nas mãos das igrejas. Eu entendo que a palavra "Deus" não deve ser mencionada em uma escola primária francesa. Quando o estado é neutro, como na América, toda a discussão religiosa tem que ser excluída e a Bíblia deve ser lida sem comentários para que o comentário evite favorecer uma seita ao invés vez de outra. O resultado em todos esses casos é o mesmo: a livre investigação está prejudicada, e uma das questões mais importantes no mundo da criança é recebida com dogma ou com um silêncio sepulcral.

Não é só no ensino fundamental que existem esses males. Na educação mais avançada eles tomam formas mais sutis e não há mais tentativa de escondê-las, mas elas ainda estão presentes. Eton e Oxford definem um determinado selo sobre a mente de um homem, assim como um colégio jesuíta faz. Dificilmente pode-se dizer que Eton e Oxford têm um propósito consciente, mas eles têm uma finalidade que é menos forte e eficaz para não ser formulada. Em quase todos os que passam por eles, eles produzem um culto de "bons modos", que é tão destrutivo para a vida e o pensamento, como a Igreja medieval. "Bons modos" são bastante compatíveis com a superficialidade da mente aberta, com disposição para ouvir todos os lados, com certa diplomacia para com os adversários. Mas isso não é compatível com mentes abertas em essência, ou com qualquer disposição interna para considerar o outro lado. Sua essência é a suposição de que o que é mais importante é certo tipo de comportamento: um comportamento que minimiza o atrito entre iguais e delicadamente impressiona inferiores com uma convicção da sua própria crueza. Como uma arma política para preservar os privilégios dos ricos em uma democracia arrogante, isso é insuperável... Como um meio de produzir um ambiente social agradável para aqueles que têm dinheiro, sem fortes crenças ou desejos incomuns, tem algum mérito. Em todos os outros aspectos, é abominável.

Os males dos "bons modos" surgem de duas fontes: a perfeita garantia da sua própria retidão, e de sua convicção de que os bons modos são mais desejáveis ​​do que o intelecto, a criação artística, a energia vital ou qualquer uma das outras fontes de progresso no mundo. A perfeita segurança por si só já é suficiente para destruir todo o progresso mental em quem o tem. E quando ele é combinado com desprezo para as irregularidades e constrangimento que são quase sempre combinados com grande poder mental, torna-se uma fonte de destruição a todos os que entram em contato com ele. "Bons modos" é o próprio morto, estático, incapaz de crescimento e por sua atitude para com aqueles que não tem bons modos, ele espalha a sua própria morte para muitos que de outra forma poderiam ter vida. O dano que ele tem feito para os ingleses influentes, e para os homens cujas habilidades levaram essas pessoas influentes a notá-los, é incalculável.

A prevenção da livre investigação é inevitável, uma vez que o propósito da educação tem sido produzir crença em vez de pensamento, obrigando os jovens a terem opiniões positivas sobre questões duvidosas em vez de deixá-los ver a dúvida e ser encorajados a independência de espírito. A educação deve fomentar o desejo pela verdade e não a convicção de que algum credo particular é a verdade. Mas são os credos que mantêm os homens unidos em organizações: igrejas, estados e partidos políticos. É a intensidade da crença em um credo que produz a eficiência no combate: a vitória vem para aqueles que se sentem mais fortes convictos sobre assuntos sobre os quais a dúvida seria a única atitude racional. Para produzir essa intensidade de crença e essa eficiência em combate, a natureza da criança é deformada e suas perspectivas livres são restringidas, as inibições são cultivadas a fim de assegurar o crescimento de novas ideias. Naqueles que não tem a mante muito ativa o resultado é totalmente prejudicial, enquanto que naqueles onde o pensamento não pode ser completamente morto se tornam cínicos, intelectualmente sem esperança, críticos destrutivos e tudo o que fazem parece tolo e se tornam incapazes de fornecer seus próprios impulsos criativos os quais eles mesmos destroem nos outros.

III

Certos hábitos mentais são comumente incutidos por aqueles que estão envolvidos na educação: a obediência e disciplina, crueldade na luta pelo sucesso material, desprezo para com grupos de oposição e uma credulidade cega, uma aceitação passiva da sabedoria do professor. Todos esses hábitos são contra a vida. Em vez de obediência e disciplina, devemos ter por finalidade preservar a independência e impulso. Em vez de crueldade, a educação deve visar à produção de justiça no pensamento. Em vez de desobediência, deveria incutir reverência e tentativa de compreensão- não necessariamente concordância, mas com a oposição combinada com percepção imaginativa e clara compreensão dos motivos para opor-se. Em vez de credulidade, o objeto deve ser estimular a dúvida construtiva, o amor por aventuras mentais, o sentido de conquistar o mundo pela iniciativa e ousadia em seus pensamentos. Indiferença com o status quo, a subordinação do aluno para fins políticos e indiferença para com as coisas da mente são as causas imediatas desses males, mas sob essas causas há uma mais fundamental que é o fato de que a educação é tratada como um meio de adquirir poder sobre o aluno e não como um meio de promover seu próprio crescimento. É nisso que a falta de reverencia se releva e é somente através de mais reverencia que a reforma fundamental pode ser realizada.

Obediência e disciplina são indispensáveis para manter a ordem em uma classe e transmitir qualquer instrução. Até certo ponto isso é verdade. Mas a medida é muito inferior ao que é idealizado por aqueles que consideram a obediência e disciplina em si mesma como indispensáveis. Obediência, o ato de ceder sua vontade para ir à outra direção é a contra partida da autoridade que consiste em dirigir a vontade dos outros. Pode ser necessário como em casos de crianças refratárias, lunáticos e criminosos. Estes exigem autoridade e podem ser obrigados a obedecer. Mas ainda que nesses casos seja necessário é uma tragédia. O que é desejável é a livre escolha de caminhos com as quais não é necessária interferência. E reformadores educacionais têm mostrado que isso é muito mais possível do que nossos pais jamais teriam acreditado.

O que faz a obediência parecer necessária nas escolas são as classes superlotadas e professores sobrecarregados de trabalho sendo exigidos por uma falsa economia. Aqueles que não têm experiência no ensino são incapazes de imaginar o desgaste de espírito provocado por qualquer que esteja realmente vivendo o ensino. Eles esperam que os professores possam trabalhar como bancários. O resultado é fadiga intensa, nervos irritáveis e uma necessidade absoluta de executar todas as tarefas do dia mecanicamente. E a tarefa não pode ser realizada mecanicamente a não ser que seja exigida a obediência.

Se tomarmos a educação a sério, pensaremos que ela é tão importante para manter viva a mente das crianças como para garantir a vitória na guerra. Devemos conduzir a educação de forma bastante diferente: devemos certificar-nos de atingir o fim, mesmo que o custo seja cem vezes maior do que é. Para muitos homens e mulheres, uma pequena quantidade de ensino é um deleite e pode ser feito com um entusiasmo fresco e vida que mantém a maioria dos alunos interessados, sem qualquer necessidade de disciplina. Os poucos que não se interessarem podem ser separados do resto e receber um tipo diferente de instrução. Um professor deve oferecer tanto quanto pode e, na maioria dos dias, com prazer real no trabalho e com a consciência das necessidades mentais dos alunos. O resultado será uma relação de amizade em vez de hostilidade entre professor e aluno. Uma realização para que a educação sirva para desenvolver as próprias vidas dos alunos e não ser meramente uma imposição de fora interferindo no jogo e exigindo muitas horas sentadas. Tudo o que é necessário para esse efeito é um maior investimento de dinheiro para proporcionar ao professor mais tempo livre e com um amor natural pelo ensino.

Disciplina, tal como existe nas escolas, é em grande parte um mal. Há um tipo de disciplina que é necessária para quase todas as realizações, e que talvez não seja suficientemente valorizada por aqueles que reagem contra a disciplina puramente externa de métodos tradicionais. O tipo desejável de disciplina é o tipo que vem de dentro, que consiste no poder de perseguir um objeto distante de forma constante, antecipando e sofrendo muitas coisas no caminho. Isso envolve a subordinação da força de vontade, o poder de dirigir a ação por grandes desejos criativos mesmo nos momentos em que eles não são nitidamente vivos. Sem isso nenhuma ambição séria, boa ou má pode ser realizada e nenhum propósito consistente pode dar resultados. Este tipo de disciplina é muito necessário, mas somente será resultado de fortes desejos pelos fins não imediatamente atingíveis e pode ser produzido apenas através da educação, isso se esta educação promover esses desejos o que raramente acontece no presente. Este tipo de disciplina brota de dentro, a partir da própria vontade e não de autoridade externa. Não é esse tipo que é exigido em escolas e não é este o tipo que me parece um mal.

Implacabilidade na luta econômica será quase inevitavelmente ensinado nas escolas, enquanto a estrutura econômica da sociedade permanecer inalterada. Particularmente é o caso das escolas de classe média que dependem de seus números para agradar os pais e garantir que essa satisfação venha através do sucesso de seus alunos. Esta é uma das muitas maneiras em que a organização competitiva do estado é prejudicial. Desejo espontâneo e desinteressado por conhecimento não é de todo incomum nos jovens e é facilmente despertado em muitos em quem ele permanece latente. Mas é impiedosamente marcado por professores que só pensam em exames, diplomas e graduações. Para os meninos mais capazes, não há tempo para o pensamento e não há tempo para a indulgência de gosto intelectual desde o momento da primeira ida para a escola até o momento de deixar a universidade. Do primeiro ao último dia é simplesmente um longo e penoso trabalho de dicas de exames e fatos sobre livros didáticos. No final, os mais inteligentes criam aversão à aprendizagem, desejando apenas esquecê-la e fugir para uma vida de ação. No entanto há, como sempre, a máquina econômica que os mantém presos assim como todos os seus desejos espontâneos que são machucados e frustrados.

O sistema de testes e exames e o fato de que a educação é tratada inteiramente como treinamento para a vida, leva os jovens a considerar o conhecimento a partir de um ponto de vista puramente utilitário, como a estrada para o dinheiro e não como a porta de entrada para a sabedoria. Isso não importa muito se afeta apenas aqueles que não têm interesses intelectuais genuínos. Mas, infelizmente afeta a maioria daqueles cujos interesses intelectuais são mais fortes, uma vez que é sobre eles que a pressão dos exames cai com mais severidade. Para a maioria deles, mas a todos em algum grau, a educação aparece como um meio de adquirir superioridade sobre os outros. Ele está infectado através da crueldade e a glorificação da desigualdade social. Qualquer consideração desinteressada mostra que dissolver as desigualdades pode proporcionar uma Utopia. As desigualdades reais são quase todos contrárias à justiça. Mas nosso sistema educacional vai esconder isso de todos, exceto as falhas, uma vez que aqueles que têm sucesso o conseguem encontrando uma maneira de lucrar com as desigualdades e o faz com todo o apoio dos homens que têm norteado a sua educação.

IV

A aceitação passiva da sabedoria do professor é fácil para a maioria dos meninos e meninas. Ela envolve nenhum esforço de pensamento independente, parece racional porque o professor sabe mais do que os seus alunos e é o caminho para ganhar o prestigio do professor a menos que ele seja um homem muito excepcional. No entanto, o hábito da aceitação passiva é um desastre na vida adulta. Isso faz com que os homens que procuram um líder aceitem como líder quem já está estabelecido nessa posição. É isso que faz o poder de igrejas, governos, bancadas partidárias e todas as outras organizações pelas quais os homens simples são enganados ao apoiar sistemas antigos que são prejudiciais para a nação e para si mesmos. É possível que não houvesse muita independência de pensamento, mesmo que a educação fizesse de tudo para incentivá-la, mas certamente haveria mais do que há hoje. Se o objeto fosse fazer os alunos pensar ao invés de fazê-los aceitar certas conclusões, a educação seria conduzida de forma bastante diferente: haveria menos rapidez de ensino, mais discussão, mais estimulo e ocasiões para que o aluno pudesse se expressar mais tentativa de fazer o ensino preocupar-se com assuntos dos quais os alunos sentiriam algum interesse. Acima de tudo, haveria um esforço para despertar e estimular a aventura mental. O mundo em que vivemos é diferente e surpreendente: algumas das coisas que parecem mais simples se tornam mais difíceis quanto mais elas são consideradas. Outras coisas, que poderiam ter sido consideradas indiscutíveis, foram expostas pelos gênios e pela indústria dos homens da ciência. O poder do pensamento, as vastas regiões que ele pode dominar, as vastas regiões muito além das quais ele poderia vagamente imaginar, dão àqueles cujas mentes tenham ido além da rotina diária, uma riqueza incrível de material, uma fuga da banalidade e o escape de rotina familiar, pois toda a vida é cheia de interesse e as paredes da prisão do "trivial" são derrubáveis. O mesmo amor pela aventura que leva os homens ao Pólo Sul, a mesma paixão por demosntração de força que faz com que alguns homens sejam aceitos em guerras, este mesmo amor pode encontrar no pensamento criativo uma saída que não seja imoral ou cruel mas cheia de proveito e integralmente humana, aumentando a dignidade do homem e enchendo a vida com esse explendor luminoso do qual o espírito humano está tão necessitado. Proporcionar esta alegria em maior ou menor medida a todos que sejam capazes é o fim supremo pelo qual a educação da mente deve ser avaliada.

Será dito que a alegria da aventura mental deve ser rara, que são poucos os que podem apreciá-la e que a educação comum não leva em conta tanta nobreza. Eu não acredito nisso. A alegria da aventura mental é mais comum agora no jovem do que nos homens e nas mulheres adultas. Entre as crianças é muito comum e cresce naturalmente no período de faz de conta e fantasia. É raro na vida adulta porque tudo é feito para matá-lo durante a educação. Os homens temem o pensamento assim como temem tudo o mais na Terra, temem mais que a ruína e mais até do que a morte. O pensamento é subversivo e revolucionário, destrutivo e terrível. O pensamento é impiedoso com privilégios, instituições estabelecidas e hábitos confortáveis. O pensamento é anárquico e sem lei, indiferente à autoridade, descuidado da sabedoria já bem demonstrada de todas as épocas. Pensamento. O pensamento real olha para o abismo do inferno e não tem medo. Ele vê o homem, um pontinho fraco, cercado por profundezas insondáveis ​​de silêncio e no entanto em si carrega o orgulho e impassividade como se fosse senhor do universo. O pensamento é grande, rápido e gratuito. A luz do mundo, e a principal glória do homem.

Mas se o pensamento se tornar a posse de muitos e não o privilégio de poucos, sera feito com medo. É o medo que mantém homens de volta: medo de que suas crenças mais preciosas se provem ilusões, medo de que as instituições pelas quais vivem se relevem prejudiciais, medo de que eles mesmos sejam menos dignos do respeito que eles supostamente deveriam ter. Deveria o homem que trabalha pensar livremente sobre a propriedade? Então, o que seria de nós, os ricos? Deveriam os jovens, homens e mulheres pensar livremente sobre sexo? Então, o que seria da moralidade? Deveriam os soldados pensar livremente sobre a guerra? Então, o que seria da disciplina militar? Acabe com o pensamento! De volta para as sombras para que a propriedade, a moral e a guerra não sejam postas em perigo! Melhor é que os homens sejam estúpidos, preguiçosos e opressivos do que seus pensamentos livres. Porque, se os seus pensamentos estiverem livres, eles podem não pensar como nós e de toda forma essa catástrofe deve ser evitada. Assim argumentam os adversários do pensamento nas profundezas inconscientes de suas almas, e assim eles agem em suas igrejas, suas escolas e suas universidades.

Nenhuma instituição inspirada pelo medo pode favorecer a vida. Esperança, não medo, é o princípio criativo nos assuntos humanos. Todos os feitos grandes do homem surgiram da tentativa de proteger o que é bom e não a partir da luta para evitar o que foi pensado mal. É por isso que a educação moderna é tão raramente inspirada por uma grande esperança que ela tão raramente consegue um grande resultado. O desejo de preservar o passado em vez da esperança de criar o futuro domina as mentes daqueles que controlam o ensino dos jovens. A educação não deve visar uma consciência morta de fatos estáticos, mas uma atividade voltada para o mundo que os nossos esforços estão criando. Deve ser inspirada não por um anseio saudoso das belezas extintas da Grécia e da Renascença, mas por uma visão brilhante da sociedade que está acontecendo, do triunfo que o pensamento vai alcançar no tempo vindouro e do horizonte cada vez maior que homem tem sobre o universo. Aqueles que são ensinados com este espírito serão preenchidos com a vida, esperança e alegria, capazes de suportar a sua responsabilidade em trazer à humanidade um futuro menos sombrio do que o passado, com a fé na glória que o esforço humano pode criar.

Fonte do artigo original em inglês aqui:

* O tradutor não é profissional, pediu-nos para permanecer anônimo e alertou que o texto consumiu tempo e esforço devido a complexidade de assunto e antecipadamente pede desculpas por possíveis erros de interpretação.
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

OLAVO DE CARVALHO, MEU PROFESSOR

"Não acredito que, pelos próximos trinta ou quarenta anos, apareça nesta país alguém qualificado para fazer uma “análise” – muito menos uma “análise crítica” – do meu trabalho de filósofo, escritor e educador. O material que o documenta é tão vasto, inabarcável e caótico – nove décimos inédito em livros e espalhado em apostilas e gravações de aulas --, que só alcançar uma visão de conjunto da sua estrutura material já é esforço para uma vida inteira. Se não fizeram esse esforço nem com a obra do Mário Ferreira dos Santos, que é muito mais valiosa e pelo menos está praticamente toda impressa em livros –, por que vão fazer com a minha? Pior: o Mário situa-se claramente em algum ponto da história do pensamento, que o Pe. Carlo Beraldo descreveu como uma síntese – quase impossível, aliás – de pitagorismo e tomismo, ao passo que tudo o que pensei, disse e escrevi foi sempre em resposta a uma situação cultural e existencial imediata, sem a menor preocupação de me definir nos termos de alguma corrente ou tradição.

Na verdade, sempre tive horror visceral de “problemas filosóficos” genéricos, colocados como grandes questões teóricas independentes do local e do tempo. Se algo aprendi com a filosofia espanhola de José Ortega y Gasset e Julian Marías, a cuja leitura deslumbrada consagrei tantas horas na minha juventude, é que toda pergunta formulada urbi et orbi não tem sentido nenhum exceto aquele que cada um lhe atribua desde a circunstância histórica e biográfica muito peculiar que é a sua. Então por que não abandonar logo as grandes perguntas e dedicar-nos a buscar uma orientação nessa circunstância, a compreender os fatores que determinam o curso da nossa vida, moldam a nossa personalidade e geram, no mais das vezes sem que o percebamos, as nossas “opiniões”?

Não foi dessa maneira, afinal, que a filosofia começou? Um aspecto que chama a atenção nos diálogos socráticos é que o filósofo jamais parte das alturas gerais de uma questão pronta, mas extrai as questões da própria situação de discurso em que se confronta com seus concidadãos atenienses. Não é isto uma exigência elementar decorrente do nosce te ipsum? Como posso conhecer-me a mim mesmo se tudo o que faço é discutir pontos consagrados na bibliografia filosófica e, mais ainda, se o faço não desde o empenho pessoal de orientar-me na existência, mas desde um papel social pronto, com um regulamento, um plano de carreira e critérios estabelecidos de aceitação e sucesso no meu grupo profissional, se não também numa patota ideológica?

A filosofia tal como a encontrei em Sócrates era o processo pelo qual uma consciência se apropriava de si mesma e da sua situação na existência, buscando cada vez mais uma atitude responsável perante o conhecimento e a vida. Esse processo era evidentemente inseparável do desenvolvimento da personalidade, da absorção e integração das várias dimensões da vida psíquica, incluindo as paixões e o “inconsciente”, mas também as correntes de idéias e opiniões em circulação, que infectam as cabeças sem que estas tenham o menor controle sobre as influências recebidas (chegou-se ao cúmulo de que uma coisa chamada “consciência crítica” se tornasse ela própria um dos meios mais eficientes de espalhar infecções). O filósofo era alguém no qual, em todas as circunstâncias da vida pessoal e pública, uma consciência centrada e senhora de si predominava sobre a confusão interna e externa e contribuía, de algum modo, para restaurar a ordem nas almas em torno.

A filosofia como “profissão”, tal como se exercia nas nossas universidades, não apenas nada tinha a ver com isso mas era quase uma garantia de que a filosofia no seu sentido originário não poderia caber ali de maneira alguma, exceto talvez como idiossincrasia de esquisitões perfeitamente deslocados do ambiente.

Tudo isso já estava claro para mim aos vinte e poucos anos. Mais tarde aprendi em Eric Voegelin que o surgimento da filosofia na Grécia, perdida a síntese da “civilização cosmológica”, respondia à necessidade de buscar a ordem na sociedade por meio da ordem na alma do filósofo, mas isso só confirmava algo que pessoalmente eu já estava buscando fazia tempo.

Sir Michael Dummett define a filosofia como uma atividade “para pessoas que gostam de argumentos abstratos”, e o prof. Gianotti como “um trabalho com textos”. Um sujeito pode terçar argumentos abstratos e analisar textos pelo resto da sua vida sem amadurecer nem um pouco no sentido da consciência integrada, da “ordem na alma”. O que ele faz pode ter “algo” a ver com a filosofia, mas não é filosofia de maneira alguma. O que aí se chama de filosofia é, na melhor das hipóteses, uma ocupação de nerds escrupulosos que não toleram um erro de lógica ou uma citação capenga, mas permanecem existencialmente atrofiados, incapazes de apreender as mais óbvias motivações das suas palavras e as implicações mais inevitáveis das suas atitudes na sociedade.

A ordem na alma é, com certeza, um tipo de “perfeição”, mas não no sentido de uma completude final e sim de uma integração dinâmica, algo que se aproxima menos da imagem estática de uma jóia bem lapidada que da do músico que, nota após nota, vai reencontrando a unidade da frase ainda não terminada. Não é a perfeição da coisa perfeita, mas de um contínuo perfazer-se que nunca se perfaz.

A Igreja bem viu que as virtudes espirituais não florescem antes das cardeais, ou naturais – prudência ou sapiência, temperança, força e justiça. Mas era evidente, para mim, que estas não se acumulavam como dons separados, e sim giravam em torno de uma consciência centrada e responsável, como meros aspectos abstraídos de uma realidade concreta. No sentido originário, a palavra “virtude” não designa um bom hábito, mas uma força, um poder que vem de dentro da alma.

Por isso mesmo não cabia reduzir a ordem da alma à perfeição da “conduta”. A conduta pode ser moldada desde fora, pela mera aquisição de hábitos, mas a questão decisiva é: esses hábitos estão integrados na alma e na consciência, como expressões da personalidade total, ou apenas as adornam como penduricalhos exteriores? Como é feia a bela conduta quando reveste uma alma tosca, fragmentária e superficial!

Sem a menor sombra de dúvida, o que me interessava era a perfeição puramente interior da consciência enquanto tal, mesmo que não se refletisse na conduta de maneira imediata e reconhecível.
É o absurdo dos absurdos que o exercício de algo chamado “filosofia” seja separado do desenvolvimento da consciência, da luta por uma personalidade completa e integrada. Se você fala disso numa faculdade de filosofia, responderão que isso é auto-ajuda ou assunto da faculdade de psicologia.

Mas como se pode buscar a verdade sem levar em consideração a qualidade da consciência que empreende a busca?

Recentemente, para compensar esse “handicap”, inventaram uma frescura chamada “filosofia clínica”, na qual o filósofo profissional se torna um doublé de psicoterapeuta. Como se a psicologia clínica não fosse ela mesma um campo profissional previamente delimitado e pudesse infundir no aluno as virtudes cardeais. Como se articulando duas profissões especializadas, com campos estritamente recortados, se pudesse atingir o âmago da consciência e desenvolvê-la desde dentro. Como se a perspectiva mesma do psicólogo clínico não implicasse a mais estrita neutralidade quanto aos valores morais, religiosos, políticos e existenciais do paciente – isto é, quanto a tudo o que é mais vital para o exercício da filosofia no seu sentido clássico.

Por outro lado, é claro que, se muitos livros de psicologia (ou, no contexto anglo-americano, de crítica literária) têm mais alcance filosófico do que boa parte daquilo que se publica sob o rótulo de filosofia, isso se deve precisamente ao fato de que a redução da filosofia a argumentos abstratos e análise de textos protege o estudante de qualquer contato intelectual com as questões da vida real, que em outras áreas de estudo não podem ser evitadas de todo.

Por exemplo, que raio de coisa pode ser uma “análise de textos” se não vem precedida de anos de formação literária? Pessoas sem capacidade de captar nuances de sentido só podem mesmo aspirar a uma linguagem unidimensional onde a cada “proposição atomística” corresponde um “fato científico”, porque se sentem desorientadas e atônitas diante de qualquer outra linguagem. A “escola analítica”, ao menos na geração dos seus fundadores, constitui-se eminentemente de indivíduos que só conseguem ler o que eles próprios escrevem, ou o que foi escrito especialmente para eles. Os erros monstruosos de interpretação que Bertrand Russell comete na sua “História da Filosofia Ocidental”, quando trata, por exemplo, de Platão ou de Hegel – para não falar da aberração psicótica das suas atitudes políticas --, refletem a mutilação auto-imposta de uma mentalidade que, em prol da perfeição lógica, abdicou da sanidade, mais ou menos como o dr. Simão Bacamarte.

Tirei mais proveito filosófico de Kenneth Burke, William Empson ou F. R. Leavis que de qualquer “filósofo analítico”. O motivo é simples: Burke, Empson e Leavis treinaram para compreender a linguagem humana em vez de reduzi-la a um programa de computador.

Pelo lado psicológico, a coisa é mais séria ainda. Meu amigo Juan Alfredo César Müller definia “neurose” como uma mentira esquecida na qual você ainda acredita. Quantas mentiras esquecidas uma alma pode acumular dentro de si sem que isso deforme gravemente a sua visão dos “problemas filosóficos”, mesmo compreendidos no sentido mais reduzido e curricular da coisa? Que Russell e Wittgenstein fossem uma bela dupla de neuróticos é coisa que todo mundo sabe. Mas nada justifica proceder como se isso fosse um dado biográfico marginal, alheio ao “conteúdo” das suas filosofias. É quase impossível que a filosofia de um neurótico não seja, em boa parte, autodefesa psicológica contra algum fantasma, e que nisso não consista precisamente o seu sentido, por baixo da aparência teorética que a reveste. Separada dessa motivação profunda, uma proposição filosófica é apenas uma fórmula genérica e impessoal que pode ser posta em qualquer boca e que, por isso mesmo, não tem sentido nenhum. Só mesmo um nerd incapaz de dialogar com qualquer ente que não seja um computador pode imaginar que é possível compreender uma sentença isolando-a da motivação psicológica que a determina.

Mas isso não quer dizer que a condição psicológica favorável ao exercício da filosofia coincida com a “saúde mental” tal como a definem as várias escolas de psicologia clínica e psiquiatria. Esse é um conceito redutivo, que tem mais a ver com a adaptação a um determinado meio social – o qual pode ser ele próprio bem neurótico – do que com alguma noção filosófica do que seja uma consciência integrada. Não, malgrado a utilidade que alguns estudos de psicologia possam ter para o filósofo, nada o exime de saltar por cima das noções meramente clínicas (“científicas” o quanto se pretendam) e empreender por si mesmo a busca radical da ordem da alma, que transcende de muito qualquer conceito de “saúde mental”. Nenhuma noção pronta pode substituir esse esforço pessoal."

* Postagem do Professor Olavo de Carvalho em 10 de Dezembro de 2014 no facebook.
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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

RONALD REAGAN

Predição de Ronald Reagan se cumprindo
por: Bill Federer

Ronald Reagan nasceu em 6 de fevereiro de 1911.

Formado na Faculdade Eureka, em Illinois, 1932, ele trabalhou como salva-vidas e então fez anúncios para estações de rádio em Iowa.

Ele se tornou locutor esportivo para os jogos de beisebol do time Chicago Cubs e viajou com esse time. Enquanto estava no Chicago Cubs na Califórnia, Ronald Reagan fez um teste na empresa cinematográfica Warner Brothers, pegando um contrato de filmes de segunda categoria.

Ele foi capitão da aeronáutica do Exército dos EUA durante da 2ª Guerra Mundial.

Durante sua carreira como ator, ele apareceu em mais de 50 filmes.

Ele casou com Jane Wyman e seus filhos foram Maureen, Christine (morreu com um dia) e Michael (adotado).

Ronald Reagan foi eleito presidente do Screen Actors Guild (Sindicato de Atores Cinematográficos), saiu do Partido Democrático e foi para o Partido Republicano e acabou se tornando governador da Califórnia.

Seu segundo casamento, com Nancy Davis, 1952, lhes deu Patti e Ron como filhos.

Aos 69 anos de idade, ele era a pessoa mais velha eleita presidente dos EUA, e 69 dias depois de sua posse, ele sobreviveu a uma tentativa de assassinato.

Ronald Reagan declarou na Universidade St. John’s em Nova Iorque, 28 de março de 1985: “O governo que é grande o suficiente para dar para você tudo o que você quer provavelmente tirará tudo o que você conseguiu.”

Ronald Reagan comentou para o Conselho de Herança, em Warren, Michigan, 10 de outubro de 1984: “Henry David Thoreau estava certo: ‘Que o melhor governo é o governo mínimo.’”

Em seu discurso de 1964, “Um Tempo para Escolher,” Ronald Reagan declarou: “Proponho que não existe nenhuma esquerda ou direita, só subida ou descida. Subida para o máximo de liberdade individual em conformidade com a lei e a ordem, ou descida para o velho entulho do totalitarismo; e independente de seu propósito humanitário, os que querem sacrificar a liberdade pela segurança escolheram, quer saibam ou não, esse caminho de descida.”

Ronald Reagan declarou em Beijing, China, 27 de abril de 1984: “Vi a ascensão do fascismo e comunismo. Ambas filosofias glorificam o poder arbitrário do Estado… Mas ambas teorias fracassam. Ambas negam as liberdades que Deus deu, as quais são o direito inalienável de cada pessoa neste planeta. Aliás, elas negam a existência de Deus.”

Em 20 de março de 1981, no almoço da Conferência de Ação Política Conservadora, no Hotel Mayflower, em Washington, D.C., Ronald Reagan declarou: “O mal é impotente se os bons não têm medo. É por isso que a visão marxista acerca do homem sem Deus acaba inevitavelmente sendo vista como uma fé vazia e falsa — a segunda mais antiga do mundo — proclamada pela primeira vez no Jardim do Éden com as palavras sussurradas ‘Sereis como deuses.’ A crise do mundo ocidental… existe na medida em que o mundo ocidental é indiferente para Deus.”

Em 17 de maio de 1982, num projeto de lei de emenda constitucional sobre oração nas escolas, o presidente Ronald Reagan declarou: “A fonte e dependência de nossa liberdade está numa fé permanente em Deus.”

Ronald Reagan proclamou: “Agora, pois, eu, Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos da América, em reconhecimento das contribuições e influência da Bíblia em nossa República e nosso povo, proclamo 1983 o ‘Ano da Bíblia’ nos Estados Unidos. Encorajo todos os cidadãos, cada um de seu próprio jeito, a reexaminar e redescobrir sua mensagem inestimável e eterna.”

Ronald Reagan escreveu em seu artigo “Aborto e a Consciência da Nação,” The Human Life Review, 1983: “Lincoln reconheceu que não poderíamos sobreviver como uma terra livre quando alguns homens podiam decidir que outros não eram dignos de ser livres e deviam ser escravos… Da mesma forma, não podemos sobreviver como uma nação livre quando alguns homens decidem que outros não são dignos de viver e devem ser abandonados ao aborto.”

Na Série de Palestras Alfred M. Landon, 1982, Ronald Reagan declarou: “Não dá para termos duas coisas ao mesmo tempo. Não dá para esperarmos que Deus nos proteja numa crise e ao mesmo tempo deixá-Lo lá na prateleira de nossa vida do dia-a-dia. Fico pensando se Ele às vezes não está esperando que despertemos. Talvez Ele esteja com Sua paciência se esgotando.”

No Estádio Reunion em Dallas, 1984, Ronald Reagan declarou: “Sem Deus não existe virtude porque não há nenhum despertamento da consciência… Sem Deus as pessoas da sociedade ficam grosseiras; sem Deus a democracia não durará e não condições de durar… Os EUA precisam de Deus mais do que Deus precisa dos EUA. Se um dia nos esquecermos de que somos Uma Nação Sob Deus, então sucumbiremos como nação.”

Em 1961, Ronald Reagan declarou: “Um dos métodos tradicionais de impor o estatismo ou o socialismo num povo é por meio da medicina. É muito fácil disfarçar um sistema médico como projeto humanitário… James Madison em 1788… disse… ‘Há mais exemplos da redução da liberdade das pessoas por meio da intromissão gradual e silenciosa feita pelos que estão no poder do que por usurpações violentas e súbitas.’ … O que podemos fazer sobre isso? … Podemos escrever aos nossos deputados e nossos senadores… dizendo-lhes que não queremos mais nenhuma intromissão nessas liberdades individuais… Não queremos um sistema médico público… Se você não se opor, esse tipo de sistema médico vai ser aprovado… e por trás dele virão outros sistemas do governo que invadirão todas as áreas de liberdade conforme conhecemos… até que um dia… despertaremos para ver que estamos no socialismo. E… você e eu vamos passar nossos últimos anos na terra contando para nossos filhos e netos como era ter liberdade nos velhos tempos nos EUA.”

Traduzido por Julio Severo do artigo do WorldNetDaily:
  Ronald Reagan prediction coming true
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