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terça-feira, 22 de abril de 2014

CÂNDIDO - VOLTAIRE

Dizem que Voltaire escreveu Cândido ou O Otimista em apenas 3 dias. Eu acabo de ler uma edição de 150 páginas em 3 horas. É quase impossível não devorar essa história alucinante. Sem querer desmerecer um clássico com uma comparação recente eu me permiti lembrar de Dan Brown cujas histórias também tenho que reservar algumas horas para ler de um único fôlego.

As tragédias na vida de Cândido, Cunegundes, Panglos, Cacambo, Martinho entre outros são tão terríveis mas ao serem retratadas de uma forma tão rápida e sem firulas e ainda em contínuas sucessões em suas peripécias e viagens ao redor do mundo tornam-se um pastelão pelo contraste e choque entre a realidade e a visão filosófica das ideias de Panglos. Em alguns momentos mal nos é apresentado um novo personagem e o dito cujo já morre de forma surpreendente e sem aviso.
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quinta-feira, 17 de abril de 2014

ESQUERDA CAVIAR - RODRIGO CONSTANTINO

Acabo de ler o livro Esquerda Caviar - A hipocrisia dos artistas e intelectuais progressistas no Brasil e no mundo do Rodrigo Constantino - 1ª edição (2013) - Editora Record.

"Este livro de Rodrigo Constantino é urgente. Uma pérola em meio ao mar de obviedades e mentiras comuns na literatura “intelectual” nacional.
O título Esquerda caviar remete a uma expressão de nossos irmãos mais velhos portugueses para descrever a “esquerda festiva” (como dizia o grande Nelson Rodrigues, citado algumas vezes por Constantino), marca de um grande desvio de caráter no mundo contemporâneo: este tipo de gente que frequenta jantares inteligentes defendendo a África enquanto bebe vinho caro e humilha amigas menos magras.
Nelson Rodrigues usava a expressão “amante espiritual de Che Guevara” para nomear a esposa de um casal burguês com “afetações revolucionárias”, o típico “casal caviar”. Em meio às festas da “festiva”, o casal de grã-finos, donos da casa, levava Nelson até o pequeno altar onde uma foto de Che posava para os suspiros da esposa apaixonada pelo revolucionário. Poderíamos supor que este marido falaria algo semelhante ao que outros “maridos caviar” ante as possíveis infidelidades das esposas com outro “guru caviar”, Chico Buarque: “Com o Che e o Chico, eu deixo ela me trair.” Risadas?
De onde vem este fenômeno? Constantino lança mão de um rico arsenal de citações clássicas e contemporâneas para fazer seu diagnóstico: antes de tudo, estamos diante do velho problema de caráter. Nada de questões políticas. Apenas questões morais de fundo: mentira, hipocrisia, luta por autoestima social, narcisismo, oportunismo carreirista, tentativa de se ver como pessoa pura de coração, enfim, uma fogueira de vaidades. Como dizia outro autor que é referência importante para esta obra, o filósofo britânico Edmund Burke, do século XVIII: antes de qualquer problema político, existe um drama moral.
Numa linguagem direta e simples, permeada por uma bibliografia que nada deixa a desejar, Constantino atravessa o “menu caviar” de nossa era vaidosa. Divirta-se" (Luiz Felipe Pondé - na orelha da capa)

Minha avaliação é a melhor possível, o livro além de muito informativo e com ampla referência de outros autores e pensadores possui um humor agradável que me fez curtir a leitura do inicio ao fim.

É um tanto quanto resumido, não entrando no mérito das questões que aponta, o que pode servir de argumento para algum crítico mais cético, porém a extensa bibliografia merece destaque e serve de suporte e indicação para outros estudos na linha.

Quem venham os próximos. Hoje mesmo enquanto escrevo esta postagem o Rodrigo comunicou no facebook que já fechou contrato com a Record para o próximo livro - e é claro, para meter o pau nos esquerdopatas. Ihuuuu!
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domingo, 13 de abril de 2014

QUANDO O SOL NASCE

"Quando o sol nasce eu já vibro, e antes que o dia desponte,
num ponto de luz me equilibro sobre o cordão do horizonte,
subo na crina do vento, salto no alto do monte.
Tudo que é verso que invento, vem como a água da fonte,
Desce de mim como um rio, passa por baixo da ponte,
do coração que vazio fica esperando defronte.

O verso que escrevo sai limpo, pedra de brilho bonito,
que paciente eu garimpo no coração do infinito.
Verso de luz, verso ameno, verso de dor, verso aflito,
escrito alguns com sereno, com sangue os outros escritos,
uns como a pluma da ave, outros tal como o granito,
ambos se encontram na clave, e os canto tal como os recito.

Por isso é que eu vibro na hora que o dia amanhece e o sol raia,
e vibro se o sol vai se embora, e a lua passeia na praia,
que a dama de luz elabora , com as lágrimas da samambaia,
na toalha azul, noite à fora,bordados de estrela e cambraia.
E após consolar a quem chora,e antes que a noite se esvaia,
a lua nos braços da aurora, em paz se abandona e desmaia.

E o ciclo de luz continua, debaixo da minha janela,
da dama que a noite anda nua e do cavaleiro que à vela,
e eu fascinado com o tempo, contemplo a vida na terra, que bela!
E ergo em meu peito meu templo que aceso de luz paralela,
revela-me como Deus cria: do barro, do sopro, costela.
Eu nunca compus poesia, porque sou composto por ela."

Poema: Revelação - Paulo César Pinheiro

* veja neste vídeo o poema declamado: (não sei quem é o narrador)
https://www.youtube.com/watch?v=54utuZB-bEs

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