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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Eu Sou Nuvem Passageira

Não adianta escrever meu nome numa pedra
Pois essa pedra em pó vai se transformar
Você não vê que a vida corre contra o tempo
Sou um castelo de areia na beira do mar

(refrão)
      Eu sou nuvem passageira
      Que com o vento se vai
      Eu sou como um cristal bonito
      Que se quebra quando cai

Não adianta escrever meu nome numa pedra
Pois essa pedra em pó vai se transformar
Você não vê que a vida corre contra o tempo
Sou um castelo de areia na beira do mar

Refrão

A lua cheia convida para um longo beijo
Mas o relógio te cobra o dia de amanhã
Estou sozinho, perdido e louco no meu leito
E a namorada analisada por sobre o divã

Refrão

Por isso agora o que eu quero é dançar na chuva
Não quero nem saber de me fazer ou me matar
Eu vou deixar em dia a vida e a minha energia
Sou um castelo de areia na beira do mar.

ah ah
ah ah

Sou um castelo de areia na beira do mar.

——————————
Hermes Aquino
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terça-feira, 5 de agosto de 2008

O que é Zen ?

“Zazen literalmente significa Sentar Zen. Zen é uma palavra que vem do Sânscrito Dhyana ou Jhana e significa um estado meditativo profundo. Geralmente não chamamos o Zazen de meditação, pois o verbo meditar é transitivo direto, ou seja, requer um objeto. Meditar sobre a vida, meditar algo. Enquanto que o Zen é intransitivo. Não há objeto de meditação. Até o sujeito desaparece. E quando isso acontece o Caminho se manifesta em sua plenitude.”
Monja Coen Sensei

“Zen significa entender a si mesmo completamente e então ajudar nosso mundo. Os seres humanos sofrem por não compreenderem a si mesmos. Temos forte tendência a nos identificar com nossos desejos e ódio, nossos gostos e aversões. Assim criamos sofrimento para nós mesmos e para os outros seres com quem compartilhamos nosso planeta. O Zen utiliza técnicas básicas de meditação para nos ajudar a retornar a nossa natureza original, a nosso ser amoroso e compassivo. Quando nossas mentes se acalmam, nossa natureza original se revela e nos permite viver uma vida útil com clareza, momento a momento.”
Escola Zen Kwan Um

“A prática Zen não é simplesmente ficar sentado numa almofada no zendo, olhando para a parede, acompanhando a respiração, ou trabalhando com um koan. O cerne da prática Zen - e, de fato, de toda prática espiritual - é a perplexidade, o encantamento, a preocupação e o cuidado com a nossa situação humana.”
Mestre Zen Albert Low

FONTE:
http://paramitta.org/site/?page_id=8
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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Código de Vida do Rosacruz - Christian Bernard


I - Pela manhã, antes de levantar, agradece ao Deus do teu coração, o novo dia que te é dado viver no plano terreno e pede-lhe que o inspire ao longo desse dia. Depois, de pé e voltado para o Leste, fazer três respirações profundas, concentrando-te na vitalidade, que é despertada em ti mesmo. Feito isto, beber um copo d`água e dar início às tuas tarefas.

II- Apesar das vissicitudes e das provações que a vida comporta, considera-a sempre como o mais precioso bem que o Cósmico outorgou ao ser humano, pois ela é o suporte de tua evolução espiritual e a fonte da felicidade a que aspira. Neste particular, considera teu corpo como o templo de tua Alma e cuida dele o melhor que puderes.

III- Reserva, se possível, em tua casa um lugar para prece, meditação e estudo dos ensinamentos de nossa Ordem. Faze dele o teu oratório particular, o teu Sanctum, e conserva-o livre de toda preocupação e de toda atividade profana.

IV- Antes de cada refeição, dá graças a Deus pela chance que tens de te alimentares, e pensa em todos aqueles que não têm o privilégio de saciar sua fome. Se estiveres sozinho ou na companhia de outros membros da Ordem, coloca as mãos sobre o alimento, com as palmas voltadas para baixo, e fazendo mentalmente, ou em voz alta, a invocação simbólica: “Que este alimento seja purificado e magnetizado pelas vibrações que emanam de minhas mãos, a fim de que ele supra as necessidades do meu corpo e da minha alma. Que todos aqueles que têm fome estejam associados a esta refeição e participem espiritualmente de seus benefícios. Assim Seja!”

V- Sabendo que o objetivo de todo ser humano é de se aperfeiçoar e de se tornar melhor, faze constantes esforços para despertar e expressar as virtudes da Alma que o anima. Ao faze-lo estarás contribuindo para tua evolução e servindo à causa da humanidade.

VI- Durante o dia, isola-te por alguns instantes, de preferência no Sanctum, e irradia pensamentos de amor, harmonia e saúde para toda a humanidade, em particular para todos aqueles que estejam sofrendo, física ou moralmente. Pede também a Deus que os ajude em todos os aspectos e os preserve o quanto possível das tribulações da vida.

VII- Comporta-te de tal maneira que todos aqueles que compartilham de tua vida ou vivem em teu contato, sintam em teu exemplo o desejo de se assemelharem contigo. Guiado pela voz de tua consciência, que tua ética seja a mais pura possível e que tua preocupação primeira seja sempre de pensar bem , falar bem e agir bem.

VIII- Sê tolerante, defendendo o direito à diferença. Nunca uses a faculdade do julgamento para censurar ou condenar a outrem, pois tu não podes ler os corações e as almas. Considera os outros com benevolência e indulgência, atento para o que haja de melhor neles.

IX- Mostra-te generoso para com aqueles que estejam passando necessidades ou que sejam menos favorecidos do que tu. Todo dia procura realizar pelo menos uma boa ação para outrem. Seja qual for o bem que faças a alguém, não te vanglories disso, mas agradece a Deus o ter permitido contribuir para o seu bem-estar.

X- Sê moderado em teu comportamento e evite os extremos em tudo. Demonstra temperança, seguindo o reto caminho do meio em toda circunstância.

XI- Se ocupas um cargo de poder, não te glorifiques disso, nem te deixes arrebatar pela influência que esse cargo te permita exercer. Nunca o empregues para forçar alguém a fazer coisas que reprovas ou que sejam injustas, ilegais ou imorais. Assume-o com humildade, colocando-o a serviço do bem comum. 

XII- Escuta os outros e fala com o devido conhecimento de causa. Se tiveres de fazer uma crítica, faze com que ela seja construtiva. Se te pedirem opinião sobre um assunto que desconheças, admite humildemente tua ignorância. Nunca te permitas recorrer à mentira, à maledicência ou à calúnia. Se ouvires declarações maldosas a respeito de outra pessoa, não as reforce com a tua condescendência. 

XIII- Respeita as leis do teu país e te esforces para ser um bom cidadão. Lembra-te sempre de que é na evolução das consciências que se encontra a chave do progresso humano.

XIV- Sê humanista e considera a humanidade inteira como tua família. Além de tua raça, de tua cultura e de tuas crenças, todos os seres humanos são teus irmãos e irmãs. Merecem, por conseguinte, o mesmo respeito e consideração.

XV- Considera a natureza como o mais belo santuário e a expressão da Perfeição Divina na Terra. Respeita a vida em todas as suas formas, vendo os animais como seres, não apenas seres vivos, mas igualmente conscientes e sensíveis.

XVI- Sê sempre um livre pensador. Reflete por ti mesmo, nunca pensando conforme a opinião dos outros. Além disso, dá a todo mundo a liberdade de pensamento; não impões as tuas idéias a outrem e considera sempre que elas são susceptíveis de evoluir.

XVII- Respeita as crenças religiosas ou filosóficas, desde que não atentem contra a dignidade humana. Não apóies nem abones o fanatismo ou o integrismo, em qualquer que seja a forma. Na maneira de viver tua fé, cuida para não seres dogmático ou sectário.

XVIII- Sê fiel às tuas promessas e aos teus compromissos. Quando deres tuia palavra, atribui-lhe um caráter sagrado e compromete tua honra através dela. Se tiveres de prestar juramento, faze-o pensando na Rosacruz, símbolo do seu ideal ético, e lembra-te de que toda mentira de tua parte traz conseqüências cármicas. Com efeito, se é possível enganar os teus semelhantes, ninguém pode se subtrair à Justiça Divina.

XIX- Se teus meios o permitirem e o desejares, traze teu apoio material à Ordem, a fim de ajuda-la em suas atividades e contribuir para sua perenidade.

XX- Como o objetivo da Ordem é contribuir para a elevação das consciências e transmitir seu ensinamento secular, sabe estar disponível para apresentar seus ideais e sua filosofia àqueles que estejam em busca de conhecimento, sem jamais tentar convence-los.

XXI- Nunca deixes alguém supor que os membros da Ordem são sábios e detentores da verdade. A quem te perguntar, apresenta-te antes como um estudioso ou um buscador da Sabedoria. Nunca pretendas ser um Rosacruz, e sim um neófito em via de aperfeiçoamento.

XXII- À noite, antes de adormecer, faze um balanço do dia que estarás terminando, vendo o que foi construtivo ou não. Em tua alma e consciência, julga o que pensaste, disseste e fizeste ao longo desse dia. Tira disso lições úteis para tua evolução espiritual, tomando boas resoluções. Feito isto, irradia pensamentos positivos para toda a humanidade e depois confia tua Alma a Deus.
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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O Kung-An (Koan) e Sua Função

Traduzido do livro de Thich Nhat Hanh Zen Keys - A Guide to the Zen Practice. Parallax Press
Capítulo III - The Cypress in the Courtyard
(Tradução Samuel Cavalcante)

Diz-se existir aproximadamente 1.700 declarações ou conversas curtas entre Mestres Zen e seus discípulos que são usadas como kung-an (japonês: koan; vietnamita:cong an). Poderia-se entender um kung-an como um tema para meditação, mesmo que não seja exatamente um tema. A palavra chinesa kung-an significa "documento oficial ou jurídico", documento de valor oficial. Ao invés de kung-an, às vezes, usamos a expressão co tac (kou tso) ou thoai dau (hua t'ou) que significam, respectivamente, "formatos clássicos" e "a essência de uma conversação". No Zen, os praticantes usam o kung-an como tema para meditação até o despertar de suas mentes. Existe uma grande diferença entre um kung-an e ma questão de matemática - a solução do problema de matemática está incluída no próprio problema, enquanto que a resposta para o kung-an está na vida do praticante.

O kung-an é um instrumental no trabalho do despertar, assim como uma enxada é um instrumento útil para se trabalhar o solo. O que é realizado a partir desse trabalho no chão depende não somente da enxada, mas da pessoa que está trabalhando. O kung-an não é um enigma a ser resolvido; por isso não podemos dizer exatamente que de um tema ou assunto para meditação. Um kung-an é apenas um meio hábil de ajudar um praticante a atingir seu objetivo. o kung an esteve muito em moda durante a dinastia T'ang na China. Cada praticante do Zen trabalhava em um kung-an. Antes desse período, Mestres Zen não o utilizavam. Podemos, portanto concluir que o kung-an não é indispensável à prática d Zen. São meios hábeis criados pelos Mestres Zen para ajudar os estudantes que trabalhavam sob sua direção. Um kung-an pode ser também um obstáculo ao despertar do praticante que acha que a verdade está escondida no kung-an e pode ser interpretada em termos conceituais.

Hakuin, um mestre japonês da seita Zen Rienzai, costumava questionar os seus discípulos: "como é o som de uma só mão batendo palmas?". Isto é um kung-an. Alguém reflete; alguém quer saber como é o som emitido por uma só mão. Existe um significado profundo escondido nesta questão? Se não, por que Hakuin a elaborou? Se existe, como podemos encontrá-lo? Como um trem que está sempre olhando para os trilhos à sua frente e corre adiante, nosso intelecto tenta logo estabelecer princípios lógicos, enquanto se engaja na busca da verdade. De repente, os trilhos são removidos. Nossa energia de hábito ainda tenta estabelecer trilhos imaginários para que o trem do intelecto possa continuar adiante, mas observe! Continuar desse jeito é cair no abismo!

"Qual é o som de uma mão?" Tal questão é o machado que corta a linha do trem - que destrói o hábito de conceptualização em nós. Se o fruto está maduro, se nosso espírito está bem preparado, a pancada desse machado será capaz de nos liberar das amarras que nos ataram por tantos anos a este mundo , onde vivemos "como cadáveres", e nos levar ao coração da realidade viva. Mas se não estivermos prontos para recebê-lo, continuaremos nossa jornada pelo mundo dos conceitos. A questão está bem à nossa frente, "Qual é o som de uma só mão?". Nós especulamos o tanto que pudermos, imaginamos esse famoso "som de uma só mão" de mil maneiras e o que acharmos levaremos ao mestre na esperança de receber sua aprovação. Mas o mestre sempre diz "Não!". Chegamos num impasse, a ponto de perdermos nossa mente e é exatamente neste ponto que o caminho de volta a nós mesmos começa. Nesse momento "o som de uma só mão" pode se tornar um sol que ilumina nosso ser por inteiro.

Hsiang era um discípulo do mestre Po Chang. Ele era inteligente, mas até a morte do seu mestre ele não tinha atingido a Iluminação. Então ele estudou sob a direção do mestre Wei Shan. Wei Shan perguntou a ele: "Como era a sua face antes de seus pais nascerem?". Hsiang Yen tentou responder em vão. Retirou-se para a sua sala, refletiu dia e noite, releu os textos que havia estudado, procurou nas notas que ele mesmo escreveu na época de Po Chang, mas não pôde achar uma resposta. Quando ele se apresentou para Wei Shan, ele lhe disse: "Eu não quero saber quanto conhecimento você adquiriu, eu quero apenas sua visão espiritual. Diga alguma coisa!". Hsiang Yen respondeu: "Eu não sei o que dizer, mestre. Por favor, ensine-me". Mas Wei Shan respondeu: "De que servirá se eu lhe disser a minha própria visão?".

Hsiang Yen ficou desesperado. Ele pensou que seu mestre talvez não quisesse ajudá-lo, então queimou todos os seus livros e foi morar em uma área remota dizendo: "Pra que estudar os textos budistas? Eu quero apenas levar a vidas simples de um monge. Um dia, enquanto preparava o chão para plantar alguns feijões, seus movimentos deslocaram um seixo que bateu numa vara de bambu e fez 'crack' ". Este som fez brotar a iluminação nele. O que Wei Shan chamou "sua face antes de seus pais nascerem" de repente brilhou em sua mente. Wei Shan se recusou a introduzir Hsiang Yen no mundo do intelecto. Ele quis que Hsiang Yen se voltasse para sua própria natureza. A possibilidade do despertar apareceu para Hsiang Yen somente quando ele abandonou as construções do intelecto. O kung-an realizou bem o seu trabalho. Pôs o praticante de volta ao caminho da experiência espiritual e provocou uma crise que desembocou em um despertar real.

O Significado do Kung-An

Discutimos a função do kung-an, mas não seu significado. Um kung-an para ser efetivo, tem que significar algo para a pessoa que o recebe. Quando um mestre propõe um kung-an para um estudante, ele deve ser adequado àquele discípulo. Ele tem que ser um meio hábil.

O kung-an não pode ser apenas uma palavra ou frase aleatória encerrando em si mesma uma contradição para desmantelar a especulação do praticante. Por outro lado, o desejo de decifrar um kung-an pode levar o praticante ao labirinto da reflexão filosófica.

Um kung-an tem significado somente para uma determinada pessoa ou grupo. Este é o princípio dos meios hábeis. Se um kung-an for usado por mais de uma pessoa é somente por que suas condições mentais e psicológicas são similares. O significado do kung-an, portanto, existe somente para aqueles que estão implicados nesta relação e não para outros.

O significado do kung-an não pode ser reduzido a conceitos. É o próprio efeito produzido pelo próprio kung-an na mente daquele que o recebe. Se o kung-an não é adequado para aquele praticante ao qual é destinado, ele perde seu significado, mesmo que ele saia da boca de um grande mestre zen.

Um monge, caminhando pelo mercado, ouviu um açougueiro dizer ao seu cliente "esta carne é de primeira qualidade" e então sua mente despertou. O que o açougueiro disse não significou nada para o monge, mas, por acaso, sua afirmação sobre a carne bateu na mente já madura do monge e produziu um grande efeito. Somente o recém iluminado sabe o significado e o efeito de um kung-an. O açougueiro estava completamente alheio ao que estava acontecendo.

Um mestre deve conhecer bem a mentalidade de seu discípulo para poder propor um kung-an que seja adequado. Quando um ex kung-an, um kung-an já proposto para outra pessoa, é novamente proposto para nós, pode ser que nós mesmos atinjamos a iluminação; tudo o que é necessário é que o kung-an seja adequado para a nossa mente. Se um kung-an não produz efeito sobre nós, pode ser por duas razões: primeiro, o kung-an não é certo para nós; o segundo é que não estamos prontos para recebê-lo. Em todo caso, é necessário permitir que o kung-an possa agir e não fazer esforços usando a dedução e a razão para encontrar nele um significado conceptual.

O kung-an somente tem significado para aquele que está na "esfera das circunstâncias". Se estivermos fora dessa esfera, ele não pode fazer sentido para nós. Quando estamos dentro, ou seja, quando nos encontramos nas mesmas condições daquele para o qual o kung-an foi originalmente proposto, ele pode tornar-se nosso próprio kung-an. Então, podemos somente plantá-lo no solo de nossa vida espiritual e aguá-lo com nossa plena consciência. Um dia, apresentar-se-á a nós a flor do despertar.

fonte:
http://samoockah.blogspot.com/2007/09/o-kung-koan-e-sua-funo.html

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