1)
Ando pela rua .
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio.
Estou perdido... sem esperança.
Não é culpa minha.
Levo muito tempo para encontrar a saída.
2)
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim levo um tempão para sair.
3)
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está.
Ainda assim caio... é um hábito.
Meus olhos se abrem.
Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.
4)
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.
5)
Ando por outra rua.
* Autor: Nelson Portia
(transcrito do "O Livro Tibetano do Viver e do Morrer" de Sogyal Rinpoche)